tag:blogger.com,1999:blog-39733551533013747452024-03-14T01:55:32.077-07:00Medéia - Outra VersãoTéspis Cia. de Teatrohttp://www.blogger.com/profile/15345202646430005156noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-3973355153301374745.post-13163498601296065312007-12-19T09:43:00.000-08:002008-12-13T16:09:14.603-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7ghBxmKTu5KkRLD-N-2cJhTTXseSuHdSvUT3FvUJ55NdVDS6npdC_DMq7DqlOL7zGy2Gd2k3XYyrZG_TSDW8gmDhx40qKijr0dj6FQBpV6d_2joW4iaPIfPwBp4FxSSwepPaXn_xuVyY/s1600-h/portugal+002.jpg" target="blank"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5204702124693596866" style="FLOAT: left; MARGIN: 0pt 10px 10px 0pt; CURSOR: pointer" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7ghBxmKTu5KkRLD-N-2cJhTTXseSuHdSvUT3FvUJ55NdVDS6npdC_DMq7DqlOL7zGy2Gd2k3XYyrZG_TSDW8gmDhx40qKijr0dj6FQBpV6d_2joW4iaPIfPwBp4FxSSwepPaXn_xuVyY/s400/portugal+002.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div align="justify"><strong><em><span style="font-size:180%;">O espetáculo</span><br /></em></strong><br />A Téspis Cia. de Teatro apresenta sua versão do mito de Medéia organizado num espetáculo ritualístico, em forma de monólogo. A tônica de Medéia é o amor transformado em ódio sobre-humano. A peça evolui de uma Medéia abatida pelo repúdio do marido, esposa traída que definha no leito, aparentemente conformada com a sorte, para uma mulher animada por um terrível desejo de vingança e extermínio, que não se detém diante do infanticídio para aniquilar completamente o marido.<br /><br /><br /><br /><br /><em><strong><span style="font-size:180%;">Ficha Técnica</span></strong></em><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO18qhhiYRev3DWCjT8cXN2lKYkxHWFUXHwFYoQh79UsnmLK6aWlZAs-BH5zbceRlRqOH0XfJSestEnPlgGDXbwgB8ggPDhVQseOZoH4LKmHvqqH9xWpSE7XS8Nid_C5rqM3QarHNmqbo/s1600-h/medeia9.jpg" target="blank"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5145743583402554066" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO18qhhiYRev3DWCjT8cXN2lKYkxHWFUXHwFYoQh79UsnmLK6aWlZAs-BH5zbceRlRqOH0XfJSestEnPlgGDXbwgB8ggPDhVQseOZoH4LKmHvqqH9xWpSE7XS8Nid_C5rqM3QarHNmqbo/s200/medeia9.jpg" border="0" /></a>Dramaturgia criada livremente a partir da tragédia de Eurípedes<br />Com: <strong><em>Denise da Luz</em></strong><br />Dramaturgia e direção: <strong><em>Max Reinert<br /></em></strong>Figurinos: <strong><em>Denise da Luz e Vilma Costa da Luz</em></strong><br />Iluminação e Sonoplastia: <em><strong>Max Reinert</strong></em><br />Sonoplastia mixada nos estúdios <strong><em>Bob Rock Music</em></strong><br />Cenário: <strong><em>Denise da Luz e Max Reinert<br /></em></strong>Confecção do Boneco: <em><strong>Max Reinert e Jason Peixer Jr<br /></strong></em>Produção: <strong><em>Téspis Cia. de Teatro</em></strong><br /><br /><br /><strong><em><span style="font-size:180%;">Release</span></em></strong><br /><br />"Medéia" é o nono espetáculo da Téspis Cia. de Teatro, na continuação de seu trabalho sobre a ação física, a partir de pressupostos desenvolvidos por vários estudiosos e pela Periplo, Compañia Teatral de Buenos Aires, Argentina.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO5IQ-4z5Jjszz5sUgbXbRDtWyXb1Z_VTAEkUZAMHaLDTDde0Ud7m4XRXcg5eu73o19FPtqSxAfV638wayMzWJB1l5hKWKvBH8gKFNzDRjMhYg3LWhC0FKCYEF3v3Hj71wed2j6Qg6JWI/s1600-h/medeia8.jpg" target="blank"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5145743158200791746" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO5IQ-4z5Jjszz5sUgbXbRDtWyXb1Z_VTAEkUZAMHaLDTDde0Ud7m4XRXcg5eu73o19FPtqSxAfV638wayMzWJB1l5hKWKvBH8gKFNzDRjMhYg3LWhC0FKCYEF3v3Hj71wed2j6Qg6JWI/s320/medeia8.jpg" border="0" /></a>Versão da tragédia originalmente escrita por Eurípedes (485 a.C. - 406 a.C.), para um elenco de no mínimo 08 pessoas, é levada ao palco pela Téspis Cia. de Teatro como um monólogo onde a atriz explora esta situação de tensão emocional violenta. A tônica de Medéia é o amor transformado em ódio. A peça evolui de uma Medéia abatida pelo repúdio do marido, esposa traída que definha no leito, aparentemente conformada com a sorte, para uma mulher animada por um terrível desejo de vingança e extermínio, que não se detém diante do infanticídio para aniquilar completamente o marido."<br /><br />Estreou em maio de 2002 durante a programação da 2ª Mostra Internacional de Teatro de Grupo e 6ª Mostra Itajaiense de Teatro realizadas em Itajaí, SC e fez temporada no "Espaço Téspis" durante o mês de agosto do mesmo ano. Participou dos seguintes eventos:<br /><br />- Projeto Teatro Para Todos realizando apresentações na periferia da cidade de Criciúma, SC, em 2002.<br />- Festival Nacional de Teatro de Florianópolis Isnard Azevedo, em 2002 (Prêmio de Melhor Cenografia e indicações para Melhor Iluminação e Figurino).<br />- Teatro Em Cena III, realizado na cidade de Passo Fundo, RS pelo SESC-RS, Rbs TV-RS e Universidade de Passo Fundo, em 2003.<br />- 13º FECATE - Festival Catarinense de Teatro em Criciúma, em 2003.<br />- FESTUDO - Festival Nacional de Teatro Universitário em Dourados, MS, em 2003.<br />- 28º FESTE Festival Nacional de Teatro de Pindamonhangaba, SP em 2004 (Prêmio de Melhor Espetáculo, Direção, Cenografia e Sonoplastia e indicações para Melhor Atriz, Iluminação e Figurino).<br />- FENATA – Festival Nacional de Teatro de Ponta Grossa, PR, em 2004 (Prêmio de Melhor Direção e Cenografia e indicações para Melhor Espetáculo, Atriz e Iluminação).<br />- Projeto Itajaí Em Circuito – em Tubarão, Rio do Sul, Criciúma, Laguna, Lages, Chapecó, Brusque e Concórdia, SC em 2005.<br />- Teatro em Cena V, realizado na cidade de Passo Fundo, RS pelo SESC-RS, Rbs TV-RS e Universidade de Passo Fundo, em 2005.<br />- Aniversário da UPF Lagoa Vermelha, na cidade de Lagoa Vermelha, RS em 2005.<br />- Convidado para participar do Encontro Internacional de Estudos Clássicos, em Ouro Preto, MG, em 2004.<br />- 12º Porto Alegre Em Cena, RS, em 2005.<br />- 20º FESTIVALE – Festival Nacional de Teatro do Vale do Paraíba, em São José dos Campos, SP, em 2005 (Prêmio de Melhor Cenografia, Iluminação e Sonoplastia e indicações para Melhor Direção).<br />- 1º K-yau em Cena - Festival Nacional de Teatro de Araçuaí, MG, em 2006.<br />- 1º Fentepira – Festival Nacional de Teatro de Piracicaba, SP em 2006.<br />- Temporada em Portugal, apresentando-se em 04 cidades da região do Minho (Braga, Póvoa do Lanhoso, Esposende e Fafe) em 2008. </div><div align="justify">- 1º Vértice Brasil - Fpolis, SC em 2008.<br /><br /><br /><em><strong><span style="font-size:180%;">O que já se disse</span></strong></em><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiioTLUNsQx-swOHdJWYpaE5ZgO5Y2ZdisauThMmQHCRtF8KPjbU2LIoNDtIqbJRNQR5lhvaFzedwscNdDWUWAQpnQbNBptTFK6-Z-geUtacfY14n9GMJBVBGjWD46LnN2si_ZsvvEJQ18/s1600-h/medeia7.jpg" target="blank"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5145744983561892594" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiioTLUNsQx-swOHdJWYpaE5ZgO5Y2ZdisauThMmQHCRtF8KPjbU2LIoNDtIqbJRNQR5lhvaFzedwscNdDWUWAQpnQbNBptTFK6-Z-geUtacfY14n9GMJBVBGjWD46LnN2si_ZsvvEJQ18/s320/medeia7.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br />Espetáculo que prima pela síntese, coesão, harmonia, equilíbrio e absoluta precisão. (...) A atriz tem uma brilhante atuação, presença forte digna da personagem, voz com emoção contida, harmonizando-se assim, com todos os elementos sacralizadores da encenação. Porque a escolha de cada elemento revela a pesquisa intensa e minuciosa. Nada é aleatório, nada é improvisado. Enfim, qualquer gesto, qualquer expressão da voz, qualquer elemento utilizado foi objeto de uma escolha consciente, já que cada detalhe foi sendo depurado, evoluindo para a síntese de sua expressão. Em resumo, a montagem cumpriu seu objetivo: é um espetáculo pleno de teatralidade.<br /><br /></div><div align="right"><em><strong><span style="COLOR: rgb(153,51,153);font-size:85%;" >Valderez Cardoso<br />Mestre em Artes Cênicas pela USP. Trabalhou como dramaturgista com Antunes Filho (1979 a 1987) e como dramaturgista e dramaturga com Ulisses Cruz (1984 a 1996).</span></strong></em></div><div align="justify"><br /><br />(...) Denise da Luz entra em cena, protegida por uma mandala e nesse solo sagrado e ritualístico nos envolve no seu véu mágico do começo ao fim da peça. Orientada por uma direção precisa, o espetáculo resulta num excelente trabalho, provando que pode haver harmonia entre percepção e concepção. (...)<br /><br /></div><div align="right"><strong><em><span style="COLOR: rgb(153,51,153);font-size:85%;" >Sérgio Ferrara<br />Ator e diretor, fundador do grupo Arte do Boi Voador e da Cia. de Arte Degenerada. Trabalhou com o CPT, dirigido por Antunes Filho e também com a Jornada SESC de Teatro.</span></em></strong></div><div align="justify"><br /><br />O espetáculo apresentado pela Téspis Cia. de Teatro é quase uma desconstrução da “Medéia” de Eurípedes. Desconstrução no sentido de demolir o acúmulo de interpretações que, ao longo dos séculos, foram se aglutinando em torno da fábula e a enchendo de conteúdos psicológicos. (...) a ação dramática se passa em espaço adequado: o do ritual, que se manifesta em mandala, como é o pensamento arcaico, ambiente do modelo primal. Isso foi realizado com imaginação, mínimos recursos e muita beleza.<br /><br /></div><div align="right"><em><strong><span style="font-size:85%;"><span style="COLOR: rgb(153,51,153)">Sebastião Milaré<br />Dramaturgo e Crítico de Teatro.Atualmente prepara Hierofania, os fundamentos e a descrição do método para o Ator desenvolvido por Antunes Filho.</span></span></strong></em></div><em><strong><div align="justify"><br /></strong></em></div><br />"... Com sua adaptação do original de Eurípides, (embora não seja a primeira entre nós – algumas já fizeram história, pela qualidade) nome sagrado da tragédia grega, <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPpKhQLTddBTxeHnyhbnCKB9D48Y9TbTQgfGuYsoZdKd93KW-EfgKWELXxns83JMX8CgyMF_OrDFDNO3IaKjRUc0ZYrmEqNMjhUzKkYeHICaaJvIOiE2vzPFzBTPeLJ1U7GvYihlYOrjk/s1600-h/medeia4.jpg" target="blank"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5145746718728680194" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPpKhQLTddBTxeHnyhbnCKB9D48Y9TbTQgfGuYsoZdKd93KW-EfgKWELXxns83JMX8CgyMF_OrDFDNO3IaKjRUc0ZYrmEqNMjhUzKkYeHICaaJvIOiE2vzPFzBTPeLJ1U7GvYihlYOrjk/s320/medeia4.jpg" border="0" /></a>dificilmente o jovem Max Reinert receberia bons conceitos nas universidades tradicionais – professores de literatura teatral e teatro grego (e outros mais) ficam tomados de urticária moral, quando alguém se atreve a alterar os textos originais sagrados, como os rabinos com o Torá e os bispos com a Bíblia.<br /><br />Não levando em consideração, aparentemente, nem doutores, nem teólogos das purezas instituídas, o moço conseguiu fazer uma adaptação digna de respeito, mantendo os posicionamentos básicos de Eurípedes e fornecendo à figura de Medéia, seu contorno primordial, Reinert trabalhou exclusivamente para a “concretude do palco”, como diria o intelectual Álvaro Lins, quando se iniciava a “modernização” do teatro brasileiro. E marca, positivamente, a presença de criador, no Festivale.<br /><br />(...) Denise da Luz interpreta sua Medéia com admirável inteireza e grande expressividade. Envolta no longo manto tecido por suas próprias mãos na espera de mulher apaixonada, a princesa não demora em se deixar possuir pela fúria do ódio que, sob inspiração dos deuses invocados, vai cumprir a terrível vingança. Suas vítimas primeiras são seus filhos, afogados à nossa frente (contrariando o ritual do teatro grego que proíbe a morte em cena). Então, a tragédia ganha uma brisa de drama."<br /><br /><div align="right"><em><strong><span style="font-size:85%;"><span style="COLOR: rgb(153,51,153)">Fausto Fuser (Diretor, Crítico de Teatro e Pesquisador.)</span><br /></span></strong></em></div><div align="justify"><br /><br />"<strong><em>Medéia dá um nó na garganta do público</em></strong> [12/09]<br /><br />Apesar da chuva e do vento que antecederam o temporal de sábado (10), a platéia do Teatro de Arena quase lotou em um dos primeiros espetáculos do 12º Porto Alegre em Cena. (...) A atriz entra em cena protegida por uma mandala. Tochas acesas, areia molhada e espaço delimitado por um círculo de fogo foram alguns dos elementos que contribuíram para a linguagem ritualística utilizada durante o monólogo que prendeu a atenção do público (...)e contou com a intensa carga emocional da atriz, que não se poupou para vivenciar a esposa traída com desejo de vingança. Ela explora a situação de tensão emocional violenta, com uma presença forte digna da personagem, repleta de raiva e rancor.<br /><br />Soluções como deitar no chão, envolver-se em um véu, sujar-se na areia, falar diretamente com a platéia foram as formas encontradas para a atriz utilizar todo o espaço do palco. A montagem é um espetáculo pleno de teatralidade. Nada é aleatório, nada é improvisado. Gestos, expressão do corpo e da voz têm um sentido que vai sendo depurado.<br /><br />Os filhos de Medéia são representados por uma boneca com a qual a atriz interage. O clima da peça é tenso. Volta e meia, a platéia se assusta com uma ação brusca, como um vaso de cerâmica estraçalhado no chão, em meio ao silêncio.<br /><br />A tragédia se consolida no momento em que Medéia mata os filhos, transcendendo o instinto maternal para aniquilar completamente o marido. Com um nó na garganta, o público aplaudiu de pé."<br /><br /></div><div align="right"><em><strong><span style="COLOR: rgb(153,51,153);font-size:85%;" >Editoria do Jornal Já<br />Porto Alegre, RS</span></strong></em></div><div align="justify"><br /><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEZ5nQijgN_bAjYgSa_LeLSp0nSxdTyfPwmhz-rokbHRhWqIOvOMGXH3adEbQbIsEFqUbDtuMgDdcqhCuS4lQTHgT0JDhjSFnjtVgP-H7C9_bvZKFwkflPXwynMlUElg92bPk3dRHXfuI/s1600-h/medeia1.jpg" target="blank"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5145748153247757090" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEZ5nQijgN_bAjYgSa_LeLSp0nSxdTyfPwmhz-rokbHRhWqIOvOMGXH3adEbQbIsEFqUbDtuMgDdcqhCuS4lQTHgT0JDhjSFnjtVgP-H7C9_bvZKFwkflPXwynMlUElg92bPk3dRHXfuI/s320/medeia1.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br />"<em><strong>O monólogo de Medéia<br /></strong>A cidade grega era um anfiteatro onde a liberdade podia aparecer, e as ações da personagem de Eurípides podem ser vistas nessa esfera política<br /></em><br />Está em cartaz, na cidade, Medéia, encenada pelo grupo Téspis. Já havia assistido à peça em 2004, em Itajaí, e muito me impressionou o trabalho de Max Reinert, em sua proposta de adaptação da tragédia de Eurípides, em forma de monólogo, e a performance de Denise da Luz. Assisti novamente nesta temporada. As pequenas modificações que fizeram só melhoraram o que já era muito bom. Poderia soar estranho àqueles familiarizados com o drama grego a alteração de uma tragédia, de tal modo que o diálogo tenha-se transformado em monólogo, mas reside, aqui, a meu ver, o ponto-chave, que, aliado a outras opções de roteiro e cenário, produziu um resultado consistente, bonito e arrojado.<br /><br />O mito de Medéia é anterior a Eurípides, mas foi ele quem lhe deu sua identidade canônica, no texto encenado em 431 a.C., em Atenas, e que se tornou referência primeira para outros escritores e diretores (e, também, uma pedra no caminho dos filósofos). (...) A existência de tantas e tão variadas releituras da estória dessa lendária mulher suscita a interrogação: por que sua permanência no mundo contemporâneo? Em parte, a meu ver, o dilema moral de Medéia propicia uma investigação radical sobre o significado estético e ético da trágica condição humana, da Grécia clássica ao mundo contemporâneo. Foi, ao se concentrar nesse dilema, que o grupo Téspis achou seu caminho, e nos propicia, além da ocasião de visceralmente experimentar terror e piedade, estabelecer um diálogo com a tradição e refletir sobre ela.<br /><br />(...) Esse dilema de Medéia, pesando as duas possibilidades de ação e sabendo que as duas soluções são trágicas, foi o que o Grupo Téspis realçou na sua encenação minimalista. Por um lado, Denise sustenta muito bem suas falas, em uma ótima seleção da escritura de Eurípides; por outro, a simplicidade e a significância do cenário não deixam espaço para distrações: apenas um boneco, um punhal e o círculo de areia, onde Medéia busca reencontrar seu centro. Note-se, ainda, o jogo com a luz de velas e o círculo de fogo, remetendo ao Sol, seu poderoso ancestral, e, por fim, a pouca, mas adequada utilização da água, da areia e da rede/véu remetendo às metáforas marítimas e nupciais exploradas por Eurípides.<br /><br />(...) Nada disso se perde na transposição para o monólogo, dentro do formato do teatro de arena: a música bem escolhida e os blecautes nos momentos certos deixam à nossa imaginação o que não precisa ser visto, como ocorria no palco grego. Por fim, o grupo foi muito feliz não explorando o estereótipo da feiticeira, da fêmea irracional, tampouco da Medéia-feminista, muito encenado nos anos 1970.(...)<br /><br />Em geral, adaptações ou releituras mais ousadas de tragédias gregas foram feitas no cinema. (...) Em nenhuma delas se buscou uma fidelidade ingênua e escolar ao texto de Eurípides. Max Reinert e Denise da Luz também souberam dialogar com Medéia e convidar-nos a participar do ritual sem deixar de refletir sobre o dilema e as conseqüências últimas de se defender valores tão gregos como o de "dignidade" e "cidadania" (basta lembrarmos o próprio suicídio de Sócrates).<br /><br />(...) e esta é uma das razões para se assistir ao monólogo do grupo Téspis, que é, na verdade, um diálogo do indivíduo consigo mesmo, deliberando sobre a ação - terrível! - que decide executar.<br /><br /><div align="right"><span style="COLOR: rgb(153,51,153);font-size:85%;" ><em><strong>Maria Cecília de Miranda N. Coelho<br />Doutora em Letras Clássicas (USP), com tese sobre Filosofia e Retórica em Eurípides. Professora no Programa de Grego Antigo on line, no Cogeae-PUC/SP</strong></em></span></div><br /><br /><br /><strong><em><span style="font-size:180%;">Necessidades Físicas<br /></span></em></strong><br /><strong><em>Versão Arena:<br /></em></strong><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgok2LB5mOQn2UiQQ-htb2OxGGMzcyaZjqosU4EFEw_IwR-H35Umr0TJ675J4SDdab8l1nTPOnfMBYZCs51C99lvbkPc8M1GHRFmlds7UILPG2aNZOA24_OPdE_IJ-OWBPIKVRy07Axt5s/s1600-h/medeia_ara%C3%A7uai_6.JPG" target="blank"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5145747410218414866" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgok2LB5mOQn2UiQQ-htb2OxGGMzcyaZjqosU4EFEw_IwR-H35Umr0TJ675J4SDdab8l1nTPOnfMBYZCs51C99lvbkPc8M1GHRFmlds7UILPG2aNZOA24_OPdE_IJ-OWBPIKVRy07Axt5s/s320/medeia_ara%C3%A7uai_6.JPG" border="0" /></a>- Espaço fechado com as seguintes dimensões mínimas : Largura : 07 mt, Profundidade: 07 mt, Altura: 04 mt + espaço para a platéia organizada em “arena” e 01 Camarim, possibilidade de black-out.<br />- Equipamento de Sonorização com: Cd ou Md Player, quatro caixas potentes.<br />- Equipamento de iluminação : 16 refletores PC de 1.000W, 10 refletores Elipsoidais de 1.000W.<br />- Tempo de montagem: 05 horas.<br />- Material para ser utilizado em cena: areia para cobrir o espaço de representação (aproximadamente 150Kg), barro vermelho (aprox. 30kg) 01 litro de álcool (96o) por apresentação, linóleo preto.<br /><strong><em>Versão Palco Italiano:</em></strong><br />- Palco de, no mínimo, 09mt de largura x 09 mt de profundidade e 04mt de altura.<br />- Equipamentos de som e iluminação compatíveis com o tamanho do palco.<br />- Duas varas para fixação de cenário<br /><br /><strong><em>Equipe técnica:</em></strong><br />Composta por 03 pessoas (01 atriz e 02 técnicos)Téspis Cia. de Teatrohttp://www.blogger.com/profile/15345202646430005156noreply@blogger.com0